ouvi passos indo embora e não fechei a porta
nada fiz
nada disse
estive muito pouco atenta aos caminhos que não estive
e todos eles me levam a crer
que estar é uma condição impossível:
ir também.
em estado de esvair-me, sigo
a um relance de perder as estribeiras
que sempre foram gasosas
celas sublimam facilmente
e se rematerializam em outras prisões
construídas muito dentro da coisa
profundas demais para ecoar
sou prisão e sou fumaça
sou pedra e sou as migalhas
sólida e não mais ali
abro a boca e fecho túneis
fecho os olhos e sinto lava.
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