lembro que uma vez, minha mãe,
disse que não queria ter paz
que o movimento era o meu lugar,
o Caos.
agora que eu conheci a paz
me sinto estranha:
nunca me acostumei a ter abrigo
e agora que tenho e que amo
parece que deixei um pouco de ser eu.
da janela os desencontros me incomodam menos;
deixar para a próxima não assusta mais;
plantar distâncias dá bons frutos;
envelhecer virou um desejo.
tu me virou do avesso, mãe?
ironia ter te pedido o Caos e agora
me sentir estranha quando eu tive justamente
o que eu pedi.
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