escrevo sempre que preciso
gritar
na garganta a voz é
baixa
rouca
pouca
quando grito
hesito
evito
tremo dos pés à cabeça
embora ela não esqueça
de quem já gritou comigo
assumo
sou viciado em calar
e sumo
sempre que tenho que falar
vivo de respirações ansiosas,
conversas silenciosas
que acontecem só no olhar,
monólogos me apavoram
e quando os sentimentos afloram
escondo-me
ou choro sem soluçar
escrevo
porque viver de engolir dói
a palavra, no estômago, corrói
abre úlcera
no papel, ela pulsa
convulsa
e sem gaguejar
expulsa
a dor de não saber falar
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