segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Lepra.

Hoje eu queria abocanhar toda a alegria
rasgar aos pedaços as tripas de toda elegia
Vomitar um rio de lágrimas, esfolar uns solitários
preparar um banquete de impulsos involuntários

Hoje eu queria morrer convencido
de qualquer coisa, qualquer mito
Pois se é a tristeza um estado de espírito
Quero mentir qualquer fim desmerecido

Hoje eu sangro mostrando os dentes
Cumprimento à face da adaga
Na multidão de olhos tristes permanentes
Quero ser incessante praga

Hoje eu não chorarei de verdade
Aqui jaz minha sentença!...
...Não seria a felicidade
A mais linda das doenças?