sexta-feira, 28 de junho de 2013

Maldição.

 - Isso vai me magoar de alguma forma? - perguntou, frente à aliança.
 - Eu não sei. - respondeu, após uma breve pausa. - Eu quero que não.
 - Assim, sem garantia nenhuma? - sobressaltou-se - É assim que funciona?
 - Parece que sim.
 - Não parece certo. - pensou. - Parece precipitado.
 - Concordo. Parece imprudente.
 - Negligente, até.
 - Um tanto quanto inconveniente.
 - Isso mesmo! Tirou as palavras da minha boca.
 Depois de uma longa pausa: - Mas e agora?
 - E agora o quê?
 - O que eu faço com isso?
 - Ah, a aliança! Será que não conseguimos devolver ou trocar de alguma forma?
 - Não, não. Falo do que sinto por você.
 - O que você sente por mim! Claro, claro... O que você sente por mim?
 - Eu não sei. - respondeu, reduzindo o tom de voz. - Ninguém nunca sabe.
 - Não estou gostando nada disso. Isso vai te magoar de alguma forma?
 - Eu não sei! Eu. Não. Sei.
 - Ó, já começamos a brigar. Melhor jogar essa coisa pela janela.
 - A aliança?! Mas foi tão cara! Não podemos devolvê-la ou trocar de alguma forma?
 - Falo do que você sente por mim.
 - ...Isso não dá pra trocar.
 - É.
 - É, não dá.

domingo, 23 de junho de 2013