domingo, 28 de novembro de 2010

Lembro-me.

Flores brancas talvez não fossem a coisa certa. Aquele terno cinzento talvez não fosse a coisa certa. Estar ali talvez não fosse a coisa certa. E chorar, chorar era a coisa certa? Não sabia. Mas ali estava eu, sob um chuvisco incômodo e me perguntando o que era certo e o que era errado.
Arremessei as flores junto ao seu nome estranhamente gravado num pedregulho tosco.
Não estava pensando nela, não. Estava pensando em mim. Pensando no quão fácil tinha sido ficar sozinho. No quão fácil tinha sido parar de chorar. No quão fácil tinha sido esquecê-la. Pensando no jeito em que a expulsei de mim. E mesmo assim, ali estava eu, derramando lágrimas envelhecidas e me quebrando aos pedaços. Lembrando-me dela, esquecendo-me de mim. Do jeito que eu odiava estar. Do jeito que somente ela conseguia me deixar, mesmo morta. Talvez por isso eu houvesse me forçado a esquecê-la e não desabar. Nunca desabar.
E, logo após, a minha fuga: deixá-la para trás novamente.

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