- Isso vai me magoar de alguma forma? - perguntou, frente à aliança.
- Eu não sei. - respondeu, após uma breve pausa. - Eu quero que não.
- Assim, sem garantia nenhuma? - sobressaltou-se - É assim que funciona?
- Parece que sim.
- Não parece certo. - pensou. - Parece precipitado.
- Concordo. Parece imprudente.
- Negligente, até.
- Um tanto quanto inconveniente.
- Isso mesmo! Tirou as palavras da minha boca.
Depois de uma longa pausa: - Mas e agora?
- E agora o quê?
- O que eu faço com isso?
- Ah, a aliança! Será que não conseguimos devolver ou trocar de alguma forma?
- Não, não. Falo do que sinto por você.
- O que você sente por mim! Claro, claro... O que você sente por mim?
- Eu não sei. - respondeu, reduzindo o tom de voz. - Ninguém nunca sabe.
- Não estou gostando nada disso. Isso vai te magoar de alguma forma?
- Eu não sei! Eu. Não. Sei.
- Ó, já começamos a brigar. Melhor jogar essa coisa pela janela.
- A aliança?! Mas foi tão cara! Não podemos devolvê-la ou trocar de alguma forma?
- Falo do que você sente por mim.
- ...Isso não dá pra trocar.
- É.
- É, não dá.
Quem dera a gente pudesse sem mais nem menos pegar certos sentimentos e jogá-los pela janela ou apenas trocar por outra coisa com menos desgaste e menos risco de nos machucar. Sou apaixonada por diálogos, esse ai tá incrível.
ResponderExcluirParabéns, adorei o texto. Estou te seguindo!
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