quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Escrita automática III

todas as minhas superfícies são
transparentes
quebradiças
desprovidas de
dobradiças

não consigo esconder
o coração acelerado
o estômago vazio
a garganta seca
que se abre,
pronta pro berro desesperado,
que engulo

através da minha pele
que é de vidro
pode enxergar tudo em mim
minhas mudas ofegações
meus pensamentos sem nexo
ou até assustar-se
com o seu próprio
reflexo

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