domingo, 5 de julho de 2015

Sobre desimportância.

Dos olhos castanhos
ou lábios macios
uns completos estranhos
gritando por beijos
Loucos, teus olhares fugidios
Ainda que te peça de volta
São traiçoeiros os teus desejos

Nesta carta,
deixei coladas as páginas
para não virá-las
No verso, agradeço brevemente
os teus olhos indiferentes
que mesmo que não se façam entender
atravessam-se
dilaceram
e inquietam
a minha mente


quarta-feira, 1 de julho de 2015

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Laboratório de anatomia.

tanta maxila, mandíbula, siso
e nenhum sorriso

uretra, próstata, utrículo
clitóris, os lábios, vestíbulo
como pode tanto pau, buceta e cu
empilhados um a um
e não ter gozo nenhum?

pilhas de bíceps, tríceps
dorso, ombro e antebraço
imóveis, os músculos
distantes, os abraços

átrio, ventrículo
valvas, trabéculas, nós
aorta desobstruída
e tão pouco amor na vida

nossos corpos
condenados 
ao odor tão fétido
do formol

e da formalidade.



segunda-feira, 15 de junho de 2015

Acordar
escrever mais uma poesia
mostrá-la ao mundo inteiro
E voltar a dormir.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Poesia fosca.

está soterrado todo
todo o amor na cidade!
sob prédios de concreto
e um céu estrelado
ofuscado
por dez mil luminosas janelas
por um refletor
por sete TVs ligadas
pelo farol, ponto turístico
pelas chamas na periferia
pela sirene em seguida
e pelo vermelho respingado no asfalto
mil e um brincos de ouro
e nenhum brilho nos seus olhos

sábado, 18 de abril de 2015

sexta-feira, 17 de abril de 2015

vinte anos a menos pra ser amado
vinte vezes mais encolhido no canto
vinte coisas a menos pra ter me tornado
vinte anos, pouco tempo, e já perdi tanto.