quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Impasse.

Estavam sozinhos apenas os dois. Ora se fitavam, ora fitavam o chão, ora fitavam o céu. Ora brotavam as lágrimas, ora brotavam os risos, ora não estavam mais lá. Ora se aproximavam, ora se repeliam, ora nem se notavam.
E seja lá qual fosse o impasse que impedisse o entrelace de seus braços, de seus corpos, de suas mentes, de suas almas... Desconheciam o que os afastava cada vez mais, mais pra longe. E o que os aproximava por vezes, mais pra perto.
Ambos tinham esse poder de amar a tudo e a todos, mas de escolher apenas um ao outro para se entregar em totalidade.
E quando se afastavam, já não era a mesma coisa. Reservavam-se em si mesmos e seguiam um para cada lado, esqueciam-se. Para que, num reencontro, pudessem libertar-se de tal prisão sem rodeios, sendo o que realmente são: amantes. Isso os resumia melhor que qualquer outra coisa.

3 comentários:

  1. "Ambos tinham esse poder de amar a tudo e a todos, mas de escolher apenas um ao outro para se entregar em totalidade". Cara, isso é excelente!

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  2. Da para imaginar o ocorrido enquanto se lê! Como disse a Arih! Uma escrita bem suave! =)

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  3. "Ambos tinham esse poder de amar a tudo e a todos, mas de escolher apenas um ao outro para se entregar em totalidade".. eu tmb curti essa parte em especial.. Costumo me descrever assim "amo a tudo e a todos" , preciso me complementar com a entrega em totalidade.. hehe.. Texto excelente cara.. Me encheu a cabeça de caraminholas, e isso é ótimo! xD

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