domingo, 18 de setembro de 2011

Carta ao Amor.

Caro amigo (ou seja lá o que você for),

Envio esta carta para te pedir que desocupe a parte que sobrou do que costumava ser o meu coração. Há coisas demais aí! Não há mais espaço para ti, nem para mais nada. E nem ninguém. Não, mais ninguém.

Peço também que avise aos teus companheiros de quarto (a Saudade, a Angústia, a Ansiedade e os demais agregados) para também se retirarem, pois, estes chegaram sem avisar ou sequer tocar a campainha e as dívidas não podem ser quitadas apenas com sofrimento.

E que se retirem rapidamente, nada de esperar o Tempo, pois este é um tratante! Demora a chegar e apesar do seu bom trabalho, não vale a pena deixar o recinto em cacos esperando a sua chegada. Eu mesmo o reconstruirei!

Por fim, peço que não façam alarde e que não danifiquem mais nada por aí. Pretendo vender o recinto o mais rápido possível, para quem quer que queira, se é que há. E se não o quiserem mais, quem sabe não o abandono? Só não quero alugá-lo a mais ninguém! Não, nem pensar.

E que me retorne com qualquer resposta que não sejam lágrimas.

Encarecidamente,
Luiz Amado.

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