terça-feira, 25 de outubro de 2011
Eu não amo você.
Eu não amo você. Não. Nem os seus cabelos esplêndidos que esvoaçam ao vento e deslumbram à vista, pendurados como moldura em volta de seu fino rosto de pintura. Eu não amo você, não. Nem o seu sorriso branco que estampa a paisagem como o mais lindo e brilhante dos sóis e me queima a pele, os olhos, as entranhas e todo o ser. Não! Eu não amo você. Nem a sua doce voz que ultrapassa as barreiras dos tímpanos e dispara o coração como o mais incansável pandeiro, batucando uma canção desarmoniosa que dói na ponta dos dedos. E para quê haveria eu de te amar? Para perder-me para sempre em tua pele macia, em teus montes, planaltos e planícies que roçam o meu relevo sem piedade, e me arrepiam a grama da nuca sem rodeios e num só olhar. Não amo também o teu olhar! Aquele que traz a malícia, uns pingos de lágrima disfarçados num manto de grandes cílios e todos os outros sentimentos escondidos atrás da cortina de íris castanho-avermelhada. E bate forte o peito, e a mente grita o teu nome, e os olhos te procuram, e a pele sente a tua falta... Ah! Eu não posso amar você.
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Adorei. Muito bom!
ResponderExcluirNão pode, mas ama! Adorei :D
ResponderExcluirComo pode não amar com esta declaração de amor? É como Thamires falou "Não pode, mas ama". Muito bom. Fiquei com saudade daqui, não saio mais.
ResponderExcluirAquele tipo de fase em que de tanto existir a negação de amar alguém, a gente percebe que já estamos totalmente envolvidos.
ResponderExcluirPermita-se,moço. :*
Texto maravilhoso. Parabéns!
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