domingo, 5 de março de 2017

Escrita automática IV

equilibro-me sobre a sola dos meus pés
entrego-me muito pouco
estou sempre à beira
ouço as paixões ondularem, sereias,
mas se aceno
escondo os olhos

encalhei no meio do oceano
não sou terra firme pra ninguém
afogo só as pontas dos dedos
pra levá-los à boca
e sentir o gosto salgado
como aqueles que ousam mergulhar
e se perder de vista
no fundo do amar

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