segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Meu mundo é branco.

Braços presos nas costas. Tudo branco. Paredes de almofada. Tudo branco, sem cor.
- Mas branco não é uma cor?
- Cale-se, homem, me deixe pensar.
Não sei se controlo a minha mente ou a deixo livre pra pensar o que quiser. Seria mais fácil arrancá-la de meu corpo e deixá-la se confundir fora da minha cabeça.
- Deixe de besteira. Pensar é para os fracos.
- Você pode me deixar em paz?
- Não tem como, estou preso.
- Cale-se, então.
Às vezes mesmo o meu corpo perde o controle. Eu perco o controle. Ele perde o controle. É bem confuso tentar pensar que eu e ele habitamos um mesmo lugar. E eu não estou falando do quarto de hospício.
- É difícil ficar calado quando escuto os seus pensamentos.
- Tape os ouvidos, então.
- Saia da minha cabeça!
- Saia você do meu corpo.
É essa constante luta contra si mesmo que denomino loucura. Loucura puramente interior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário