terça-feira, 5 de outubro de 2010

Nunca fora.

Achei ter acordado. Ao lado dela. Os cabelos, os olhos, o rosto, o resto.

A mulher que me forçava a nutrir esses sentimentos incondicionais. Eu não diria amor incondicional, não. Mas furor incondicional, paixão incondicional, e até mesmo dor incondicional. Eu sei que isso é amor pra muita gente, mas pra mim ainda não é.

O que é amor pra mim? Ah, amor pra mim é como um estado de loucura. É, loucura. Uma mistura de sentimentos, alucinações e outras coisas mais que desnorteiam a mente. E tudo o que confunde a cabeça, pra mim, é loucura.

Pois bem, lá estava ela. Eu não havia visto quando ela chegou e nem escutado os seus passos ou o barulho da maçaneta girando. O que sei é que ela estava ali, ao meu lado. Talvez ela nunca tivesse ido. A sensação que eu tinha é de que ela sempre estivera ali, com a cara enfiada no travesseiro.

O seu cheiro continuava o mesmo; indescritível. Não era cheiro de rosas, ervas, essências ou coisas do tipo. Era o cheiro dela. Era único, simples, inconfundível.

Apenas o pensamento de sua ausência me cortava ao meio, me matava, me apagava. Se eu não a tivesse em minha cabeça, com certeza, não seria mais nada. Só uma metade solta. Totalmente sem sentido.

As minhas pálpebras então avisaram que a luz do sol já invadia o quarto, incomodadas. Abri-os, percebendo que não estavam abertos antes. Eu estava sozinho na cama, agarrado ao travesseiro dela, sentindo o seu cheiro...

3 comentários:

  1. Ahh, adorei esse texto :3
    você escreve muito muito bem, mesmo.
    Parabééns ô/

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  2. eu queria não ser tão atingível por descrições como essas. queria nem entender do que você tá falando. porém...

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