quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Sem o alento dos olhos teus:

Não existiriam castelos,
muralhas,
ou jardins tão belos
Não se ergueriam torres,
não se sustentariam as casas
A brisa seria escassa,
morreríamos à inanição
As aves fechariam as asas
e morreriam entediadas
quando chegasse o verão;
As ceias seriam parcas,
os plebeus, esfomeados
E os pombos deixariam as cartas
todas em endereços errados
Os cavalos morreriam famintos
E, convenhamos, sem montaria
Meio não haveria
Para lhe dizer tudo o que sinto
À primeira hora do dia, então,
de uma quinta-feira de céu nublado
acordariam os cortesãos
dentro de um palácio incendiado
Correriam os escravos à beira do rio
E tal seria a surpresa, calafrio
Toda a água haveria evaporado
A corte, o rei, estaria tudo acabado!

Ninguém daria importância, no entanto
Em face de tal espanto,
mudariam-se os plebeus
Em meio às cinzas da cidade
Não haveria felicidade
Sem o alento dos olhos teus.



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