Alucinados, os garotos. Os olhos fora de órbita, as cabeças fora do lugar. E só assim o mundo realmente gira. E gira. Gira até ficarem tontos, até colocarem tudo pra fora. E se arrastarem sobre o vômito, o suor, o sangue, os fluidos.
E riam, e caiam e não se recompunham. Nunca se recompunham. Só se despedaçavam, se dispersavam na fumaça e se encontravam no mesmo lugar. E ali no chão, sem tontura, com o mundo parado, os olhos parados... Eles eram os mesmos. Sem máscaras. E parecia ironia, mas de pé e sem cambalear tudo era mais difícil. E, de repente, o mundo já não girava mais e estava tudo lá. Toda a sujeira.
- Tem mais disso aí?
- É claro. Mas vamos ter de reutilizar as seringas.
E o mundo se mantinha girando, girando. Movido à droga. Longe de toda a lucidez, que é loucura. A loucura da vida.
domingo, 3 de abril de 2011
quarta-feira, 2 de março de 2011
Queda.
Sem saber o certo motivo, lá estava ele à beira da janela, fitando a pequena multidão que ia se acumulando lá embaixo.
Quando havia perdido todo o controle de si?
Buscou-a no meio de todos, em desespero, mas já crendo em sua ausência. Ela não estava lá.
Por que era tão difícil não ver o rosto dela no meio daqueles tantos outros?
Respirou fundo, abriu os braços. As pernas pendiam, o coração ia aos saltos.
E nem mesmo a atenção daquela a quem tanto era atento conseguira.
E então, era a queda livre. Em sua mente não passava aquele turbilhão de coisas que dizem que passa. Apenas ela cabia ali, em sua pequena cabeça.
E, antes de chegar ao chão, avistou o pequeno cartaz com aquelas palavras que causaram-lhe a sua última dor.
"Eu te amo".
Quando havia perdido todo o controle de si?
Buscou-a no meio de todos, em desespero, mas já crendo em sua ausência. Ela não estava lá.
Por que era tão difícil não ver o rosto dela no meio daqueles tantos outros?
Respirou fundo, abriu os braços. As pernas pendiam, o coração ia aos saltos.
E nem mesmo a atenção daquela a quem tanto era atento conseguira.
E então, era a queda livre. Em sua mente não passava aquele turbilhão de coisas que dizem que passa. Apenas ela cabia ali, em sua pequena cabeça.
E, antes de chegar ao chão, avistou o pequeno cartaz com aquelas palavras que causaram-lhe a sua última dor.
"Eu te amo".
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Umas linhas de amor impossível.
Lado a lado, olhos nos olhos, sorrisos, corações batendo descompassadamente. Até o céu parecia a favor deles, as estrelas, a lua, o mundo. Pois, que mundo? Se não existia mais nada ao redor deles além de si mesmos, um ao outro, os olhos do outro, as mãos do outro, a voz do outro.
E por fim nem o sentimento entendiam mais, jamais, não é coisa de se entender. Sentimento sem nome esse que não feria, não derramava lágrimas, sangue, não explodia o peito e nem doía a cabeça.
Satisfeitos, sim, apenas com a presença do outro. Apenas a existência do outro. A respiração. A sintonia. Dividiam os olhos, os olhares, as visões, fluidos, espasmos, se dividiam. Não eram mais donos de si, não eram donos de nada.
E apenas isso bastava, nada mais. Nem o resto do mundo. Aliás, que mundo?
E por fim nem o sentimento entendiam mais, jamais, não é coisa de se entender. Sentimento sem nome esse que não feria, não derramava lágrimas, sangue, não explodia o peito e nem doía a cabeça.
Satisfeitos, sim, apenas com a presença do outro. Apenas a existência do outro. A respiração. A sintonia. Dividiam os olhos, os olhares, as visões, fluidos, espasmos, se dividiam. Não eram mais donos de si, não eram donos de nada.
E apenas isso bastava, nada mais. Nem o resto do mundo. Aliás, que mundo?
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Cigarros.
Ambos portavam os seus cigarros acesos. Os olhos acesos.
Tragavam sem desviar o olhar um do outro, esperando que alguém se pronunciasse ou, ao menos, que os cigarros acabassem.
Estavam tão desgastados quanto os seus pulmões, tão dispersos quanto a fumaceira.
Os olhares eram fixos um no outro, mas a mente já divagava por outro lugar, por outros olhos.
De repente, parecia que haviam quilômetros separando uma poltrona da outra.
- Precisamos acabar com isso. - começou ele, despedaçando o que sobrara do cigarro no cinzeiro enferrujado.
E a paixão desenfreada de antes, que era como fogo aceso, ia sumindo, queimando, virando cinzas. Não passava de uma bituca.
- Tudo bem. - ela respondeu com uma impressionante calma - Mas os cigarros ficam comigo.
Tragavam sem desviar o olhar um do outro, esperando que alguém se pronunciasse ou, ao menos, que os cigarros acabassem.
Estavam tão desgastados quanto os seus pulmões, tão dispersos quanto a fumaceira.
Os olhares eram fixos um no outro, mas a mente já divagava por outro lugar, por outros olhos.
De repente, parecia que haviam quilômetros separando uma poltrona da outra.
- Precisamos acabar com isso. - começou ele, despedaçando o que sobrara do cigarro no cinzeiro enferrujado.
E a paixão desenfreada de antes, que era como fogo aceso, ia sumindo, queimando, virando cinzas. Não passava de uma bituca.
- Tudo bem. - ela respondeu com uma impressionante calma - Mas os cigarros ficam comigo.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Conversa entre orações.
A beata ainda se pergunta se ele já estava lá quando ela chegou ou se sentara ao seu lado depois. O que sabe é que durante o quarto ou quinto Pai-Nosso, dirigiu-lhe a palavra:
- Ei, psiu, moça! Moça! Por que rezas?
Voltou-se pra ele, estranhando seus trajes escuros e o capuz que lhe cobria o rosto. E num súbito de incredulidade, voltou-se de olhos novamente no altar, crendo na inexistência duma pergunta direcionada a si.
- Falo contigo, moça. - continuou o homem, de modo a dificultar ser ignorado dessa vez - Por que rezas?
A mulher cria ser vítima duma brincadeira ou jogo, então não deu rodeios:
- Rezo para Deus, para me manter em seu caminho. Para me manter de pé.
Uma pausa silenciosa sob o capuz. Talvez um riso.
- E por que acreditas em Deus?
Fosse o que fosse, a brincadeira começava a incomodá-la.
- Ora, não há motivo para acreditá-lo. É a minha fé.
- Você nunca viu Deus.
- E é por isso que é fé.
- Você não tem provas de que ele existe.
- Mas acredito.
- Você deve estar precisando de algo. O que é?
- Apenas estou fazendo a minha oração...
- Dinheiro? Uma casa? Um carro?
- Não estou...
- Um homem, talvez?
- Só estou orando!
- Orações também não são baseadas em pedidos? Não é tudo vaidade?
- O que queres?!
- E a vaidade não é um pecado?
Ela não queria escutar mais e voltou-se em sua oração, tentou concentrar-se, remexeu-se. Estava inquieta. Que queria aquele sujeito?
E, sussurrada ao pé do ouvido dela, veio a pergunta que a fez arrepiar-se por inteiro.
- E no Diabo, acreditas?
Assustou-se. Respirou fundo. Deixou-se abalar. Estava ainda mais inquieta, temerosa. Já fora tudo longe demais.
- O que queres de mim?
- O que queres de Deus?
- Deixa-me em paz!
- Falta-lhe dinheiro?
- Vai-te!
- Falta-lhe paz? Ou falta-lhe amor?
Ela ficou em silêncio. Fosse por não ter mais respostas, fosse por estar cansada ou por medo.
- Eu sabia. - murmurou o sujeito, recostando-se no banco, rindo alto - Todos vocês são iguais. Todos iguais.
A mulher fixou-se em sua oração, de olhos fechados, coração aos saltos. E, ao reabrir os olhos, encontrou-se a sós.
Quão silencioso era aquele homem pra retirar-se sem ser notado?
Sabe-se-lá porquê, mas a beata nunca voltara a pôr os pés naquela igreja. Como pretexto, diz ter conversado com o próprio Diabo ali.
- Ei, psiu, moça! Moça! Por que rezas?
Voltou-se pra ele, estranhando seus trajes escuros e o capuz que lhe cobria o rosto. E num súbito de incredulidade, voltou-se de olhos novamente no altar, crendo na inexistência duma pergunta direcionada a si.
- Falo contigo, moça. - continuou o homem, de modo a dificultar ser ignorado dessa vez - Por que rezas?
A mulher cria ser vítima duma brincadeira ou jogo, então não deu rodeios:
- Rezo para Deus, para me manter em seu caminho. Para me manter de pé.
Uma pausa silenciosa sob o capuz. Talvez um riso.
- E por que acreditas em Deus?
Fosse o que fosse, a brincadeira começava a incomodá-la.
- Ora, não há motivo para acreditá-lo. É a minha fé.
- Você nunca viu Deus.
- E é por isso que é fé.
- Você não tem provas de que ele existe.
- Mas acredito.
- Você deve estar precisando de algo. O que é?
- Apenas estou fazendo a minha oração...
- Dinheiro? Uma casa? Um carro?
- Não estou...
- Um homem, talvez?
- Só estou orando!
- Orações também não são baseadas em pedidos? Não é tudo vaidade?
- O que queres?!
- E a vaidade não é um pecado?
Ela não queria escutar mais e voltou-se em sua oração, tentou concentrar-se, remexeu-se. Estava inquieta. Que queria aquele sujeito?
E, sussurrada ao pé do ouvido dela, veio a pergunta que a fez arrepiar-se por inteiro.
- E no Diabo, acreditas?
Assustou-se. Respirou fundo. Deixou-se abalar. Estava ainda mais inquieta, temerosa. Já fora tudo longe demais.
- O que queres de mim?
- O que queres de Deus?
- Deixa-me em paz!
- Falta-lhe dinheiro?
- Vai-te!
- Falta-lhe paz? Ou falta-lhe amor?
Ela ficou em silêncio. Fosse por não ter mais respostas, fosse por estar cansada ou por medo.
- Eu sabia. - murmurou o sujeito, recostando-se no banco, rindo alto - Todos vocês são iguais. Todos iguais.
A mulher fixou-se em sua oração, de olhos fechados, coração aos saltos. E, ao reabrir os olhos, encontrou-se a sós.
Quão silencioso era aquele homem pra retirar-se sem ser notado?
Sabe-se-lá porquê, mas a beata nunca voltara a pôr os pés naquela igreja. Como pretexto, diz ter conversado com o próprio Diabo ali.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Picadeiro.
- Ora, vamos, o público já está esperando há tempo. - disse o Palhaço, com um aceno impaciente de mãos.
- Uma dama precisa de mais do que isso para estar pronta. - rebateu a outra, resistindo à pressão.
- Ha! - como um bom palhaço, ele zombou - Minha cara, cá pra nós, damas não têm pêlos na cara!
- Mas que ousadia!
- Vamos parar com essa briga, senhores. - interrompeu o Mágico, adentrando a pequena tenda de ceroulas e cartola na mão - Deixe que a dama se vista como quer, Palhaço. O público pode esperar mais um instante.
- Você ainda está de ceroulas? - já perdera a paciência há muito tempo, o Palhaço - Mas será possível...
- O que estamos esperando? - o intrometido malabarista já tinha a cabeça atravessada na abertura do recinto - Ah, claro, sempre a Mulher Barbada...
- Ignorantes! - esbravejou a mulher, que era a mais máscula entre todos os presentes - Tenho muito o que aprontar! Maquiagem, figurino, cabelo...
- O da cabeça ou o do queixo? - e lá vinha o anão, saindo de baixo de uma pilha de tralhas jogadas ao canto por algum outro circense descuidado.
- Mas ora...
- Cale-se você também, anão. - mas que mandão era o Palhaço! - E trate de preparar o picadeiro, antes que te esmague de um pisão!
- Mas para quê preparar o picadeiro agora? Se ainda nem as tranças na barba a mulher aprontou! - o mágico já não estava mais só de roupas de baixo, afinal. - E onde será que eu deixei a minha cartola?
- Epa! - foi o que escapou do malabarista enquanto caía sobre o anão.
- Mas será possível!?
- Agora só falta o vestido! - levantou-se a Barbada, dirigindo-se ao empoeirado guarda-roupa e a arrancando dele um imenso vestido que, pelo tamanho, notava-se que só dela poderia ser.
- Ótimo, ótimo. - resmungou o Palhaço, que já sentado estava -Anão, o que ainda faz aqui? Vai preparar o picadeiro como te mandei!
- Mas o que tenho que preparar naquela jossa? - apesar de pequeno, o homenzinho tinha lá a sua valentia - Não é só entrar lá e fazer toda aquela gente rir?
- Deixa o anão em paz, homem! - o mágico se pronunciou - A propósito, alguém aí viu a minha cartola?
- Ajuda-me com o vestido, Malabarista! - apesar de grande, o vestido não coubera em toda a grandiosidade daquela mulher, se é que compreendem.
- Lá vem a rolha-de-poço... - murmurou ele, segurando a parte de trás dos trapos da outra.
- Como é que é?
- Mas é verdade! - se intrometeu o Palhaço, de zombaria. - Precisa fazer um regime ou nem a lona vai entrar em você, mulher!
- Ignorantes!
- Onde será que coloquei essa cartola?
- Estão escutando? Eles já estão gritando!
- Anão, vá fazer o que mandei!
- Mas não há o que fazer...
- Como vou fazer o meu número sem a cartola?
- Ih, madame, o vestido não vai entrar...
- Mais rápido, mulher! O público já está em borbulhos!
- Como não vai entrar? Usei esse vestido há pouco tempo.
- Mas engordou em pouco tempo, também.
- Palhaço, para de escândalo e me ajuda a procurar a minha cartola.
- Você está me chamando de gorda?
- O público vai acabar derrubando o circo desse jeito...
- Alguém pode me ajudar a procurar a minha cartola?
E assim fez-se a confusão.
- Uma dama precisa de mais do que isso para estar pronta. - rebateu a outra, resistindo à pressão.
- Ha! - como um bom palhaço, ele zombou - Minha cara, cá pra nós, damas não têm pêlos na cara!
- Mas que ousadia!
- Vamos parar com essa briga, senhores. - interrompeu o Mágico, adentrando a pequena tenda de ceroulas e cartola na mão - Deixe que a dama se vista como quer, Palhaço. O público pode esperar mais um instante.
- Você ainda está de ceroulas? - já perdera a paciência há muito tempo, o Palhaço - Mas será possível...
- O que estamos esperando? - o intrometido malabarista já tinha a cabeça atravessada na abertura do recinto - Ah, claro, sempre a Mulher Barbada...
- Ignorantes! - esbravejou a mulher, que era a mais máscula entre todos os presentes - Tenho muito o que aprontar! Maquiagem, figurino, cabelo...
- O da cabeça ou o do queixo? - e lá vinha o anão, saindo de baixo de uma pilha de tralhas jogadas ao canto por algum outro circense descuidado.
- Mas ora...
- Cale-se você também, anão. - mas que mandão era o Palhaço! - E trate de preparar o picadeiro, antes que te esmague de um pisão!
- Mas para quê preparar o picadeiro agora? Se ainda nem as tranças na barba a mulher aprontou! - o mágico já não estava mais só de roupas de baixo, afinal. - E onde será que eu deixei a minha cartola?
- Epa! - foi o que escapou do malabarista enquanto caía sobre o anão.
- Mas será possível!?
- Agora só falta o vestido! - levantou-se a Barbada, dirigindo-se ao empoeirado guarda-roupa e a arrancando dele um imenso vestido que, pelo tamanho, notava-se que só dela poderia ser.
- Ótimo, ótimo. - resmungou o Palhaço, que já sentado estava -Anão, o que ainda faz aqui? Vai preparar o picadeiro como te mandei!
- Mas o que tenho que preparar naquela jossa? - apesar de pequeno, o homenzinho tinha lá a sua valentia - Não é só entrar lá e fazer toda aquela gente rir?
- Deixa o anão em paz, homem! - o mágico se pronunciou - A propósito, alguém aí viu a minha cartola?
- Ajuda-me com o vestido, Malabarista! - apesar de grande, o vestido não coubera em toda a grandiosidade daquela mulher, se é que compreendem.
- Lá vem a rolha-de-poço... - murmurou ele, segurando a parte de trás dos trapos da outra.
- Como é que é?
- Mas é verdade! - se intrometeu o Palhaço, de zombaria. - Precisa fazer um regime ou nem a lona vai entrar em você, mulher!
- Ignorantes!
- Onde será que coloquei essa cartola?
- Estão escutando? Eles já estão gritando!
- Anão, vá fazer o que mandei!
- Mas não há o que fazer...
- Como vou fazer o meu número sem a cartola?
- Ih, madame, o vestido não vai entrar...
- Mais rápido, mulher! O público já está em borbulhos!
- Como não vai entrar? Usei esse vestido há pouco tempo.
- Mas engordou em pouco tempo, também.
- Palhaço, para de escândalo e me ajuda a procurar a minha cartola.
- Você está me chamando de gorda?
- O público vai acabar derrubando o circo desse jeito...
- Alguém pode me ajudar a procurar a minha cartola?
E assim fez-se a confusão.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Impasse.
Estavam sozinhos apenas os dois. Ora se fitavam, ora fitavam o chão, ora fitavam o céu. Ora brotavam as lágrimas, ora brotavam os risos, ora não estavam mais lá. Ora se aproximavam, ora se repeliam, ora nem se notavam.
E seja lá qual fosse o impasse que impedisse o entrelace de seus braços, de seus corpos, de suas mentes, de suas almas... Desconheciam o que os afastava cada vez mais, mais pra longe. E o que os aproximava por vezes, mais pra perto.
Ambos tinham esse poder de amar a tudo e a todos, mas de escolher apenas um ao outro para se entregar em totalidade.
E quando se afastavam, já não era a mesma coisa. Reservavam-se em si mesmos e seguiam um para cada lado, esqueciam-se. Para que, num reencontro, pudessem libertar-se de tal prisão sem rodeios, sendo o que realmente são: amantes. Isso os resumia melhor que qualquer outra coisa.
E seja lá qual fosse o impasse que impedisse o entrelace de seus braços, de seus corpos, de suas mentes, de suas almas... Desconheciam o que os afastava cada vez mais, mais pra longe. E o que os aproximava por vezes, mais pra perto.
Ambos tinham esse poder de amar a tudo e a todos, mas de escolher apenas um ao outro para se entregar em totalidade.
E quando se afastavam, já não era a mesma coisa. Reservavam-se em si mesmos e seguiam um para cada lado, esqueciam-se. Para que, num reencontro, pudessem libertar-se de tal prisão sem rodeios, sendo o que realmente são: amantes. Isso os resumia melhor que qualquer outra coisa.
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